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Pacientes especiais: quem são e quais as suas características

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Os profissionais da Odontologia, geralmente, tem grande dificuldade para lidar com pacientes portadores de necessidades especiais, seja por falta de experiência, por não ter tido a disciplina durante a graduação ou por inabilidade, visto que estes pacientes são extremamente dependentes e precisam de muita orientação e ajuda para fazer a higiene bucal adequada, mantendo a saúde bucal.

A abordagem a esses pacientes deve ser a mais correta e melhor possível para que eles possam aderir ao tratamento, pois quando não há sucesso no consultório, é necessário proceder através da indução anestésica geral, realizando a reabilitação oral total numa única sessão, desde profilaxias até cirurgias. Porém, os riscos são mais elevados.

Além da correta abordagem, é importante se guiar pelo conceito de igualdade para todos, realizando em todos os pacientes uma anamnese detalhada e, no caso de pacientes especiais, é essencial ter o termo de consentimento preenchido, autorizando o tratamento pelos pais ou responsáveis.

Pacientes com necessidades especiais requerem atenção dobrada, pois possuem diversas condições debilitantes como: déficit intelectual, demência, limitações físicas, desordens motoras, distúrbios comportamentais e condições médicas crônicas que dificultam e, por vezes, podem impedir o tratamento.

Quem são, de fato, os pacientes especiais?

Para atendê-los e tratá-los, é necessário entender quem são e, para isso, é crucial que o dentista realize uma anamnese detalhada. Os conceitos e as denominações de pacientes especiais sofreram alterações com o passar do tempo, de forma que pudessem se adequar melhor e abranger as diversas alterações e/ou condições de ordem física, mental ou social. Somente conhecendo as condições específicas de cada paciente, é que o profissional poderá adequar o seu tratamento de acordo com suas peculiaridades.

Em resumo, pacientes com necessidades especiais apresentam uma alteração ou condição, simples ou complexa, momentânea ou permanente, de etiologia biológica, física, mental, social e/ou comportamental, que requer uma abordagem especial, multiprofissional e um protocolo específico.

São classificados de acordo com o diagnóstico, segundo algumas categorias, sendo que cada uma delas deve ser criteriosamente avaliada e estudada pelo profissional. Segundo a classificação modificada de Santos & Haddad, são elas:

  • Deficiência física: sequela de paralisia cerebral, acidente vascular encefálico e miastenia gravis, por exemplo;
  • Distúrbios comportamentais, tais quais: autismo, bulimia, anorexia;
  • Condições e doenças sistêmicas como gravidez, pacientes irradiados em região de cabeça e pescoço, transplantados, imunossuprimidos, diabéticos etc.;
  • Deficiência mental, que é o comprometimento intelectual devido a fatores pré-natais, perinatais e pós-natais, de origem genética, ambiental ou desconhecida;
  • Distúrbios sensoriais como a deficiência auditiva e visual;
  • Transtornos psiquiátricos, entre eles: depressão, esquizofrenia, fobias, transtorno obsessivo-compulsivo, ansiedade;
  • Doenças infectocontagiosas: pacientes HIV positivo, hepatites virais, tuberculose etc.;
  • Síndromes e deformidades craniofaciais, como a Síndrome de Down.

Pacientes especiais estão mais sujeitos a danos orgânicos, devido às más condições de saúde bucal, até mesmo por conta de, em alguns casos, sua inabilidade motora fazer com que ele dependa de outros para realizar certas atividades.

Só é possível melhorar a sua condição bucal conhecendo a fundo as limitações deste paciente, para que se possa orientá-lo ou orientar seu responsável direto. O vínculo criado entre o cirurgião-dentista, paciente e a família é fundamental para viabilizar o sucesso do tratamento e a satisfação e bem-estar do paciente.

A falta de preparo técnico do dentista quando se depara com esses pacientes pode dificultar o tratamento e ser insuficiente, quanto a correta orientação de higiene bucal aos pais e responsáveis por estes pacientes. Portanto, é evidente que, antes mesmo de iniciar o tratamento e o atendimento, é essencial ao profissional ter uma visão ampla e completa do paciente especial, reconhecer a etiologia das deficiências para, assim, proporcionar a ele dignidade e melhor qualidade de vida, além, claro, de resolver suas questões odontológicas.

REFERÊNCIAS: Ana Paula Paiva de Andrade; Adriana Silveira de Lima Eleutéio. Patients with special needs: dental approach and general anesthesia. Rev. Bras. Odontol. vol.72 no.1-2 Rio de Janeiro Jan./Jun. 2015.

Dr. CARLOS HENRIQUE SILVEIRA VILLELA

Dr. CARLOS HENRIQUE SILVEIRA VILLELA

CRO-SP 49116